Em primeira instância, podemos apontar que o conhecimento científico difere-se enormemente do chamado "conhecimento popular" ou não-empírico, devido à sua objetividade contrapondo-se a subjetividade do segundo tipo de conhecimento.
O conhecimento científico procura apoiar-se em bases fortes e irrefutáveis por quaisquer meios, através de pesquisas, estudos, cálculos, teses, experimentos e outras técnicas muito bem observadas com um grande rigor racional e empírico. Infelizmente a partir desse ponto dá-se início ao que é chamado de hegemonia epistemológica da ciência.
Digo infelizmente porque partindo desta hegemonia, muitos cientistas e estudiosos proclamam a superioridade da ciência como forma de investigação e descobertas irrefutáveis; e partindo deste pressuposto, excluem e ridicularizam quaisquer conhecimento, descoberta e investigação que não tenham sua origem na experimentação empírica ou não utilizem seus métodos investigativos como base para suas pesquisas.
A ciência vale-se de uma metodologia própria para basear suas pesquisas e realizar suas investigações no campo científico. Se o estabelecimento de um objeto é o primeiro passo para a realização de uma pesquisa científica, a escolha de uma metodologia é o passo seguinte. Não só a Sociologia , mas todas as ciências têm métodos próprios. Por exemplo, um geólogo escolhe uma caverna, cuja constituição pretende estudar. Para isso terá que recolher amostras das rochas que ali se encontrarem, e analisá-las em um laboratório. Estão aqui colocados os três momentos básicos de uma pesquisa: escolha do objeto (caverna), determinação do aspecto desse objeto a ser observado (constituição de suas rochas) e a coleta e análise dos dados (amostras e laboratório). A metodologia corresponde exatamente a esta última etapa (coleta e análise). É preciso ainda ressaltar a importância da segunda etapa: dentro do objeto "caverna" existem vários aspectos ou "recortes" que podem ser estudados: sua idade, seu potencial econômico para mineração, os seres vivos que ali habitam. Para cada um desses "recortes" seria utilizada uma metodologia diferente.
A metodologia consiste desta forma no procedimento de captação das informações sobre o "recorte" do objeto alvo da pesquisa, bem como na escolha da linha de raciocínio que vai ser utilizada para refletir sobre essas informações. Mas estas informações não precisam ser sempre empíricas, isto é, existentes no mundo real. Elas podem também ser teóricas, como observações já feitas por outros cientistas sobre o mesmo objeto. A coleta de amostras implica em uma metodologia empírica, a escolha de uma linha de raciocínio exige uma metodologia teórica.
A metodologia consiste desta forma no procedimento de captação das informações sobre o "recorte" do objeto alvo da pesquisa, bem como na escolha da linha de raciocínio que vai ser utilizada para refletir sobre essas informações. Mas estas informações não precisam ser sempre empíricas, isto é, existentes no mundo real. Elas podem também ser teóricas, como observações já feitas por outros cientistas sobre o mesmo objeto. A coleta de amostras implica em uma metodologia empírica, a escolha de uma linha de raciocínio exige uma metodologia teórica.
Quando um objeto apresenta um número muito elevado de informações disponíveis, certamente a metodologia determinará o resultado da pesquisa, pois é através dela que se seleciona quais são os pontos relevantes para análise. Assim uma pesquisa que apresente falhas metodológicas levará a conclusões incompletas quando não erradas. Por outro lado, através da metodologia é possível manipular os resultados da pesquisa de acordo com a expectativa de quem a realiza, exatamente pela possibilidade de escolha arbitrária das amostras e da linha de análise. Os problemas do estabelecimento de uma metodologia podem ser ilustrados pelo seguinte aforismo: "os números não mentem, mas os mentirosos brincam com números". Neste caso, a brincadeira é a metodologia.
A opção por uma metodologia é particularmente importante nas ciências humanas, onde avaliações quanto a "certo" ou "errado" são mais arriscadas devido a variedade de métodos existentes. Uma conclusão sobre um objeto feita através de uma metodologia pode ser diferente da conclusão de outra, sem que nenhuma esteja errada. Deve-se a essa possibilidade de múltiplas interpretações e à necessidade de se compreender cada vez mais completamente um objeto, o empenho das ciências humanas em promover pesquisas multidisciplinares, isto é, que envolvam diversas ciências e seus respectivos métodos de análise. Freqüentemente são encontrados trabalhando juntos psicólogos e sociólogos, historiadores e antropólogos, economistas e geógrafos, entre diversas outras combinações de cientistas.
A opção por uma metodologia é particularmente importante nas ciências humanas, onde avaliações quanto a "certo" ou "errado" são mais arriscadas devido a variedade de métodos existentes. Uma conclusão sobre um objeto feita através de uma metodologia pode ser diferente da conclusão de outra, sem que nenhuma esteja errada. Deve-se a essa possibilidade de múltiplas interpretações e à necessidade de se compreender cada vez mais completamente um objeto, o empenho das ciências humanas em promover pesquisas multidisciplinares, isto é, que envolvam diversas ciências e seus respectivos métodos de análise. Freqüentemente são encontrados trabalhando juntos psicólogos e sociólogos, historiadores e antropólogos, economistas e geógrafos, entre diversas outras combinações de cientistas.
